Ferdinand Lassalle – Que é uma Constituição

Ferdinand Lassalle (Breslávia em 11 de abril de 1825 – Carouge, 31 de agosto de 1864) foi economista, filósofo e ativista político socialista alemão, grande orador, ligando-se aos jovens hegelianos. Foi amigo de Marx e de Proudhon. Lassalle, contudo, não adotou o “socialismo científico” de Marx. Teve participação ativa na Revolução de 1848 em Düsseldorf, tendo sido preso. Partidário da unificação alemã e do sufrágio universal. Em 1863, formou o Allgemeiner Deutscher Arbeiterverein (Associação Geral dos Trabalhadores Alemães], o primeiro partido trabalhista alemão, depois transformado no Partido Social Democrata. Defendia a colaboração com o governo para a implementação de medidas socialistas, tendo colaborado com o chanceler prussiano, Otto von Bismarck, que, como Lassalle, não apreciava o lassez-faire. Advogava o estabelecimento de cooperativas de trabalhadores, não por utopismo, mas para obtenção dos lucros que lhes eram negados.

Em seu trabalho Über die Verfassung, publicado na Alemanha em 1863 e traduzido para o português brasileiro como Que é uma Constituição? (Edições e Publicações Brasil, Editora Russell e Editora Minelli, dentre outras) e A essência da Constituição (Editora Lumen Juris e Editora Freitas Bastos, dentre outras), Lassalle questiona “o que é uma Constituição”, ou seja, qual é a sua verdadeira essência (LASSALLE, 2000, p. 5). Neste post trago o texto, Publicações Brasil, com a tradução de Walter Stönner.

A Teoria freudiana e o modelo fascista de propaganda – Theodor W Adorno

[* Publicado originalmente em Psychoanalysis and the Social Sciences 3 (408-433) 1951. Reproduzido em Gesammelte Schriften Vol. 8, T. I [Soziologische Schriften] Frankfurt : Surhkamp Verlag, 1975, p. 408-433. Traduzido por Francisco Rüdiger].

---

Durante a década passada, a natureza e conteúdo das falas e panfletos dos agitadores fascistas norte-americanos foi submetida a intensa pesquisa por parte dos cientistas sociais. Alguns desses estudos, feitos na linha das análises de conteúdo, acabaram permitindo a feitura de uma apresentação abrangente da matéria no livro Prophets of Deceit, de Leo Lowenthal e Norbert Guterman (1). A representação bastante ampla do fenômeno obtida assim se caracteriza em dois aspectos principais. Primeiro: excetuando algumas recomendações completamente negativas e bizarras, como a de pôr os estrangeiros em campos de concentração ou expatriar os sionistas, o material de propaganda fascista deste país pouco se preocupa com tópicos políticos concretos e tangíveis. A esmagadora maioria dos procedimentos do conjunto dos agitadores é feita ad hominem.